(11/11/2019) Em celebração aos 130 anos da poetisa Cora Coralina, que seriam comemorados no dia 20 agosto, o governador Ronaldo Caiado decretou o inédito Ano Cultural Cora Coralina, em homenagem a ilustre goiana. Conforme documento que será assinado, o período vai viger de 20 de agosto de 2019 a 20 de agosto
Homenagens O Ano Cora Coralina é uma iniciativa do governo e tem como proposta promover, durante todo o ano (de 20 de agosto de 2019 à mesma data do ano seguinte), diversos eventos em homenagem à escritora que é um ícone da literatura goiana e brasileira. Estão previstas no roteiro inúmeras atrações, que incluem saraus literários, oficinas, concursos de redação, exibições audiovisuais, exposições, concurso literário, entre outras atividades.
Além disso, a ideia do governo é integrar as ações com órgãos da sociedade civil organizada, como entidades culturais e de classe, escolas públicas e privadas, universidades, museus, por exemplo. “Nossa proposta é integrar, além das ações de governo, diversas instituições da sociedade. Creio que muita gente pode dar sua contribuição a essa justa homenagem. Cora Coralina é uma figura importante para a nossa literatura, para a Cultura, mas vai além disso. Ela foi uma mulher que esteve muito à frente do seu tempo. Há muitas décadas ela defendia e representava ideais que estão presentes no mundo de hoje”, acrescentou Edival Lourenço, secretário de Cultura do Estado de Goiás.
Além da ação focada em Goiás, a proposta do governo é fazer o Ano Cora Coralina ultrapassar as divisas do Estado. Isso se dará por meio da divulgação da programação em outros Estados e participação em eventos culturais e turísticos. Outra ideia é buscar a parceria de instituições internacionais, como universidades e entidades literárias e culturais, com o intuito de levar o nome de Cora Coralina e da Cultura Goiana para outros países, assim como atrair apoio internacional para a programação do Ano Cora Coralina.
Vilaboense Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, mais conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, antiga Villa Boa, no dia 20 de agosto de 1889, na Casa Velha da Ponte, às margens do Rio Vermelho, casa que hoje abriga um museu que conserva a memória da escritora. Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador, nomeado por Dom Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, uma dona de casa, Cora cursou apenas até a terceira série do curso primário.
O pseudônimo Cora Coralina, que assinou as obras da escritora, foi escolhido porque na cidade de Goiás havia muitas “Anas”, em homenagem à padroeira local, Sant´Ana. E Cora não queria ser mais uma “Ana”. Ela explicava que “Cora” vem de coração e “Coralina” significa a cor vermelha, Cora Coralina seria coração vermelho, daí surgiu o nome “Cora Coralina”.
Cora foi uma mulher além do seu tempo. Apaixonada pela literatura, Cora começou a escrever seus primeiros versos aos 14 anos, textos que mais tarde foram publicados em jornais de Goiânia e de outras cidades. Ela viveu muitos anos fora da Cidade de Goiás. O primeiro livro veio em 1965, intitulado Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, lançado já na terceira idade, aos 76 anos. Seus textos falam da vida simples e compõem uma extensa obra ainda não completamente divulgada. Cadernos originais e inéditos, alguns escritos a lápis, estão com a única filha viva da autora, Dona Vicência Brêtas Tahan, que mora em São Paulo. Já outra grande parte do material, incluindo relíquias da escritora estão na sua cidade natal.
O gosto pela culinária também foi referência na vida da poetisa que se tornou doceira, ofício com o qual ganhava a vida, inspirando outras tantas mulheres. Entre os anos de 1965 a 1979, Aninha começou a fabricar doces e a comercializá-los. Os sabores variavam entre laranja, figo, mamão, goiaba, banana, entre outros, que encantavam o paladar de quem os provava. Muitas das frutas vinham do pomar da Casa da Ponte. Pessoas de várias partes do país visitavam a casa de Cora para comprar suas guloseimas e também ouvi-la declamar poesias e contar casos.
De Goiás para o mundo Embora tenha tido uma vida de lutas e obstáculos, Cora venceu. O reconhecimento da escritora veio a partir de 1975, quando finalmente ela começou a receber a merecida fama no Brasil e no exterior, com participações em eventos literários, entrevistas e solenidades em Goiás e muitas outras cidades no país. Também foi agraciada com diversas premiações e títulos de honraria, além de homenagens memoráveis, até mesmo internacionais. Cora foi tema da 15ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), em 2013, ilustrando todo o material gráfico do festival, foi agraciada na 34ª edição do tradicional Festival de Cinema sobre Arte e Biografias de Asolo, no Nordeste da Itália, em 2015, tema da Casa Cor, em 2017, e reverenciada pela plataforma digital Google, também em 2017.
Em sua biografia somam-se o lançamento do segundo livro, Meu Livro de Cordel, em 1976, uma segunda edição de Poemas dos becos de Goiás, no ano de 1978, Vintém de cobre – meias confissões de Aninha, em 1984; Estórias da Casa Velha da Ponte e o livro infantil Os meninos verdes, em 1985. Cora Coralina faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985, aos 95 anos, deixando um grande legado artístico.
Ano Cora Coralina
(11/11/2019) Em celebração aos 130 anos da poetisa Cora Coralina, que seriam comemorados no dia 20 agosto, o governador Ronaldo Caiado decretou o inédito Ano Cultural Cora Coralina, em homenagem a ilustre goiana. Conforme documento que será assinado, o período vai viger de 20 de agosto de 2019 a 20 de agosto
Homenagens
O Ano Cora Coralina é uma iniciativa do governo e tem como proposta promover, durante todo o ano (de 20 de agosto de 2019 à mesma data do ano seguinte), diversos eventos em homenagem à escritora que é um ícone da literatura goiana e brasileira. Estão previstas no roteiro inúmeras atrações, que incluem saraus literários, oficinas, concursos de redação, exibições audiovisuais, exposições, concurso literário, entre outras atividades.
Além disso, a ideia do governo é integrar as ações com órgãos da sociedade civil organizada, como entidades culturais e de classe, escolas públicas e privadas, universidades, museus, por exemplo. “Nossa proposta é integrar, além das ações de governo, diversas instituições da sociedade. Creio que muita gente pode dar sua contribuição a essa justa homenagem. Cora Coralina é uma figura importante para a nossa literatura, para a Cultura, mas vai além disso. Ela foi uma mulher que esteve muito à frente do seu tempo. Há muitas décadas ela defendia e representava ideais que estão presentes no mundo de hoje”, acrescentou Edival Lourenço, secretário de Cultura do Estado de Goiás.
Além da ação focada em Goiás, a proposta do governo é fazer o Ano Cora Coralina ultrapassar as divisas do Estado. Isso se dará por meio da divulgação da programação em outros Estados e participação em eventos culturais e turísticos. Outra ideia é buscar a parceria de instituições internacionais, como universidades e entidades literárias e culturais, com o intuito de levar o nome de Cora Coralina e da Cultura Goiana para outros países, assim como atrair apoio internacional para a programação do Ano Cora Coralina.
Vilaboense
Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, mais conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, antiga Villa Boa, no dia 20 de agosto de 1889, na Casa Velha da Ponte, às margens do Rio Vermelho, casa que hoje abriga um museu que conserva a memória da escritora. Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador, nomeado por Dom Pedro II, e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, uma dona de casa, Cora cursou apenas até a terceira série do curso primário.
O pseudônimo Cora Coralina, que assinou as obras da escritora, foi escolhido porque na cidade de Goiás havia muitas “Anas”, em homenagem à padroeira local, Sant´Ana. E Cora não queria ser mais uma “Ana”. Ela explicava que “Cora” vem de coração e “Coralina” significa a cor vermelha, Cora Coralina seria coração vermelho, daí surgiu o nome “Cora Coralina”.
Cora foi uma mulher além do seu tempo. Apaixonada pela literatura, Cora começou a escrever seus primeiros versos aos 14 anos, textos que mais tarde foram publicados em jornais de Goiânia e de outras cidades. Ela viveu muitos anos fora da Cidade de Goiás. O primeiro livro veio em 1965, intitulado Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, lançado já na terceira idade, aos 76 anos. Seus textos falam da vida simples e compõem uma extensa obra ainda não completamente divulgada. Cadernos originais e inéditos, alguns escritos a lápis, estão com a única filha viva da autora, Dona Vicência Brêtas Tahan, que mora em São Paulo. Já outra grande parte do material, incluindo relíquias da escritora estão na sua cidade natal.
O gosto pela culinária também foi referência na vida da poetisa que se tornou doceira, ofício com o qual ganhava a vida, inspirando outras tantas mulheres. Entre os anos de 1965 a 1979, Aninha começou a fabricar doces e a comercializá-los. Os sabores variavam entre laranja, figo, mamão, goiaba, banana, entre outros, que encantavam o paladar de quem os provava. Muitas das frutas vinham do pomar da Casa da Ponte. Pessoas de várias partes do país visitavam a casa de Cora para comprar suas guloseimas e também ouvi-la declamar poesias e contar casos.
De Goiás para o mundo
Embora tenha tido uma vida de lutas e obstáculos, Cora venceu. O reconhecimento da escritora veio a partir de 1975, quando finalmente ela começou a receber a merecida fama no Brasil e no exterior, com participações em eventos literários, entrevistas e solenidades em Goiás e muitas outras cidades no país. Também foi agraciada com diversas premiações e títulos de honraria, além de homenagens memoráveis, até mesmo internacionais. Cora foi tema da 15ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), em 2013, ilustrando todo o material gráfico do festival, foi agraciada na 34ª edição do tradicional Festival de Cinema sobre Arte e Biografias de Asolo, no Nordeste da Itália, em 2015, tema da Casa Cor, em 2017, e reverenciada pela plataforma digital Google, também em 2017.
Em sua biografia somam-se o lançamento do segundo livro, Meu Livro de Cordel, em 1976, uma segunda edição de Poemas dos becos de Goiás, no ano de 1978, Vintém de cobre – meias confissões de Aninha, em 1984; Estórias da Casa Velha da Ponte e o livro infantil Os meninos verdes, em 1985. Cora Coralina faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985, aos 95 anos, deixando um grande legado artístico.