Campanha quer incentivar cadastro de doadores de medula óssea em Goiás

(11/11/2019) O Governo de Goiás, Secretaria de Estado da Saúde e Hemocentro de Goiás (Hemogo) lançaram, nesta segunda-feira, 11 de novembro, uma campanha para incentivar o cadastro de doadores de medula óssea. O objetivo é aumentar o número de doadores do estado cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), já que, seguindo a tendência nacional, houve queda na entrada de novos doadores cadastrados. Em 2019 apenas 5.109 pessoas fizeram o cadastro. Apesar disso, Goiás é o estado do Centro-Oeste com mais doadores cadastrados na plataforma, ultrapassando os 203 mil.

O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, explica que o objetivo da campanha é aumentar o número de potenciais doadores, já que a compatibilidade familiar geralmente é baixa. “O transplante de medula óssea beneficia o tratamento de cerca de 80 doenças diferentes incluindo câncer, leucemias, linfomas, anemias. Atualmente, a maior dificuldade é encontrar pessoas compatíveis, mesmo entre familiares, a compatibilidade disponível hoje é de cerca de 25% nas famílias brasileiras. Então 75% dos pacientes precisam recorrer à população em geral para encontrar doadores compatíveis, por isso investimos nas campanhas para incentivar a população”.

A importância do cadastro fica ainda mais clara quando se tem acesso à relação entre doadores cadastrados e pacientes em busca de doadores não aparentados. O número de doadores cadastrados no Redome no Brasil ultrapassa os 4,9 milhões, enquanto cerca de 850 pessoas estão em busca de doador não aparentado. "Olhando os números parece que poucas pessoas precisam dessa doação, mas a chance de encontrar um doador não aparentado 100% compatível é de 1 em 100 mil. Por isso, quanto mais cadastros, mais chances de encontrar doadores compatíveis", ressalta a diretora geral do Hemogo, Denyse Goulart.

Como parte das ações da campanha, o Hemogo vai aumentar os postos de coleta e cadastro de doadores. O cadastro pode ser feito no Hemocentro Coordenador em Goiânia, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e nas unidades do interior nas cidades de Catalão, Ceres, Rio Verde, Jataí, Formosa, Iporá, Porangatu, Quirinópolis. A unidade móvel do Hemocentro também estará no próximo domingo, 17 de novembro, no projeto Viva a Praça Cívica - Edição Saúde, nos mutirões da Prefeitura de Goiânia e nas edições do projeto Saúde na Praça do Hospital Estadual Alberto Rassi - HGG, além da agenda de coletas externas já programadas.

Doação
O coordenador de produção Tonier Serra Loures, de 32 anos, doou células-tronco, em setembro, para um adolescente de 13 anos, que tem leucemia e mora em Recife, capital de Pernambuco. O método de doação utilizado foi o de coleta por aférese, onde o doador faz uso de uma medicação para aumentar o número de células-tronco, que são células circulantes no sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina, que colhe o sangue da veia do doador e separa as células-tronco, que serão doadas para o paciente.

Tonier relatou que fez o cadastro no Hemocentro Coordenador em 2010 e que em janeiro recebeu contato para atualização do seu cadastro, pois havia uma pessoa compatível com ele para receber a doação. “O pessoal do Redome também me ligou e explicou todo o procedimento, que seria feito em Recife. Fui quatro vezes para lá, porque nas três primeiras vezes o paciente não estava bem, mas fui até dar tudo certo”.

O doador explicou que fez o procedimento em um dia e o paciente recebeu o material no dia seguinte. “A chance é de 60% de ter sucesso, que é uma porcentagem muito boa, segundo o médico. Eu me sinto com o dever cumprido, Deus me ajudou me dando a oportunidade de ajudar uma pessoa. Se eu tiver outra oportunidade, pode ser lá na China, eu vou doar, vou ajudar. Peço a todos para fazerem o cadastro e atualizarem sempre, porque é muito importante”, enfatizou Tonier.

Mobilização
Na última semana, as redes sociais e a imprensa foram tomadas pelo vídeo emocionante de Thalysson Rodrigues da Silva, de 23 anos, raspando os cabelos em apoio ao irmão, Marckennedy Filho, de 17 anos, diagnosticado com leucemia. No vídeo, Thalysson pede que as pessoas façam o cadastro e se tornem doadores de medula pra aumentar as chances de encontrar um doador compatível com seu irmão.

O pai dos rapazes, o empresário Marckennedy Rodrigues da Silva, diz que o filho precisa de um doador 100% compatível para o tratamento. "Nós da família fizemos o cadastro. Eu tive 60% de compatibilidade, os irmãos tiveram 50%, mas precisa ser 100%. Nós temos fé que ele vai conseguir. Depois do vídeo dos meninos, pela honra e glória do Senhor, muitas pessoas foram fazer o cadastro", disse.

O que é a medula óssea?

A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue como leucemias, anemia aplástica e linfomas.

Para se tornar um doador é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade; estar em bom estado geral de saúde e não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue. Não é necessário estar em jejum.

Como se tornar um doador:
• Para o cadastramento, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais no Hemocentro mais próximo de sua casa.
• Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes fundamentais para a compatibilidade do transplante.
• Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e, em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, o doador será contatado para realizar outros testes.

Acesso à informação