Pesquisadoras do Hemocentro do Espírito Santo visitam Hemogo

(18/11/2019) A médica Hematologista Alessandra Prezotti e a farmacêutica Maria Orletti, do Hemocentro do Espírito Santo, fizeram uma visita ao Hemocentro Coordenador Professor Nion Albernaz, nas últimas terça e quarta-feira, 11 e 12 de novembro. As profissionais da instituição parceira realizaram a atividade com o intuito de monitorar os dados que estão sendo utilizados na pesquisa, que compõem a tese de doutorado da médica, realizado na Unicamp.

Com o título "Avaliação do risco de inibidor associado ao uso de concentrado de fator VIII recombinante em pacientes com hemofilia A previamente tratados e previamente não tratados no Brasil", a pesquisa está sendo orientada pela professora Margareth Ozelo, uma das maiores pesquisadoras do Brasil. O trabalho está sendo desenvolvido desde 2013, em parceria com instituições que representam as cinco regiões do país: HEMOPA (Pará), HEMOCE (Ceará), HEMORIO (Rio de Janeiro), FMUSP (São Paulo), Hemocentro da UNICAMP (Campinas-SP), Hemocentro da USP-RP (Ribeirão Preto-SP), HEMOES (Espírito Santo), HEMEPAR (Paraná), HEMORGS (Rio Grande do Sul), UNIFESP (São Paulo) e o HEMOGO (Goiás).

Alessandra Prezotti, que trabalha com hemofilia desde 1998, esclarece que o estudo está sendo realizado por meio da avaliação do tratamento dos pacientes com hemofilia. “O tratamento que era utilizado no Brasil até o final de 2011 era o fator VIII plasmático, que tem problemas por ser derivado de plasma, porque às vezes não se consegue a quantidade suficiente para o tratamento. Então, a partir de 2013, o Brasil passou a adquirir o fator VIII recombinante. Após conhecer alguns trabalhos na literatura que divergem em relação a essa resposta aos dois fatores, estamos buscando no Brasil a resposta para o estudo, que é se o fator VIII recombinante tem mais risco de desenvolver o inibidor, que é a complicação mais temida na hemofilia, do que o fator VIII derivado de plasma. Precisamos avaliar se o produto na nossa população tem o mesmo impacto que foi mostrado fora porque temos um número grande de hemofílicos no Brasil, então, precisamos saber se temos que fazer algum ajuste no tratamento que é oferecido atualmente”, esclarece a hematologista.

A farmacêutica do Hemocentro do Espírito Santo Maria Orletti, que também trabalha na pesquisa, ressalta a importância das parcerias com os outros hemocentros. “A hemofilia tem uma particularidade: a gente precisa ter uma equipe multiprofissional muito coesa e muito atenta. Nós temos um grupo de farmacêuticos do sangue com profissionais de todos os hemocentros, onde fazemos muitas trocas. Então, a gente vive nessa busca de melhorar a qualidade do tratamento, com isso a gente acaba ficando familiarizado e amigo de todo mundo de todos os estados, porque juntos temos mais força. A gente troca conhecimento, constrói conhecimento, se ajuda de todas as formas”.

A médica hematologista do Hemocentro de Goiás, Maria do Rosário Ferraz, reforça a importância das parcerias institucionais. “Já tem em torno de dez anos que nos conhecemos, que temos parceria, participamos da Câmara Técnica de Atenção à Coagulopatia Hereditária desde que montou. Desde então, a gente vem trocando experiências, que é muito importante. Às vezes a gente tem dúvida sobre algum caso mais complicado, e como a Alessandra tem andado pelo país colhendo dados, ela tem nos ajudado. A pesquisa dela é uma das experiências que temos, onde trocamos conhecimento sobre doenças raras como a hemofilia”.

A diretora de Ensino e Pesquisa do Hemocentro Coordenador, Cáritas Marquez, falou sobre a importância da visita e da qualidade dos dados da pesquisa. “Recebemos com muita satisfação, pois estamos tendo um feedback da qualificação da nossa coleta de dados. Saliento a importância da integração do Hemocentro de Goiás nessa rede de atenção ao paciente. Então, essas parcerias no âmbito da pesquisa, do ensino e da assistência são fundamentais”.

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