(09/06/2025) Colaboradores da Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos - Rede Hemo participaram de uma palestra com o tema: Saúde Mental de quem cuida também importa, com o coordenador de Assuntos Estudantis da Faculdade de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal de Goiás (UFG), Douglas José Nogueira. A iniciativa provocou uma reflexão sobre as rotinas exaustivas, a necessidade de dar e pedir apoio, além do olhar para si, que ajuda na compreensão dos sentimentos e emoções.

A técnica de Enfermagem do Ciclo do Doador do Hemocentro, Patrícia Pereira Batista, de 45 anos, participou da palestra e compartilhou sua história sobre o diagnóstico e tratamento do adoecimento mental. “Eu não sabia que eu estava doente, foram meus colegas de trabalho que me ajudaram a identificar alguns comportamentos. Na época, eu pesava 45 quilos, e eu tenho 1,78 de altura, sofria muito bullying. Então, com esse apoio busquei ajuda profissional que foi fundamental para mim. Sou muito grata a cada um deles, eles não fazem ideia da importância que têm em minha vida. O período em que estive ausente não foi fácil, mas retornar ao trabalho depois de uma pausa necessária para cuidados pessoais, para mim, foi muito gratificante. Eu fui muito bem recebida pela equipe que sabia o que eu estava passando. Eu fiquei dois anos fora e, nesse tempo, ainda fui diagnosticada com um câncer, o que impactou mais um pouco, mas estou em tratamento e me sinto muito melhor”, revelou.

O palestrante Douglas José Nogueira expõe que ainda há muito estigma e preconceitos quando o tema é saúde mental e ressalta que a sensibilidade do Hemocentro em promover a discussão dos assuntos para os colaboradores da unidade fará a diferença na vida de cada um. “Muitas pessoas acham que precisam estar e ser fortes o tempo todo. Cada individuo tem as suas dificuldades e fragilidades em relação à vida psíquica. E no mundo do trabalho esse cuidado é fundamental, quem está adoecido ou enfrentando esse processo precisa de mais cuidado ainda. Antigamente, as pessoas não tinham essa rede de acolhimento e tratamento, tínhamos apenas hospitais psiquiátricos. No início dos anos 2000, tivemos uma reforma na rede de atenção à saúde mental do país, com a criação de dispositivos para que as pessoas procurem por cuidados. Atualmente, é bem nítido como as pessoas estão priorizando a saúde mental, buscando a psicoterapia e se prevenindo, isso é muito bacana de ser ver. As empresas também estão tendo esse cuidado, esclarecendo, orientando seus profissionais por meio das palestras, diálogos e iniciativas que abordam temas como autocuidado, saúde mental, contribuindo para uma fluidez mais natural quando o assunto é cuidar da mente”, afirmou.